segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Palestra - Planejamento e Controle da Produção para a Construção

Assunto: Planejamento
Palestrante: Eng. Éder Daniel Rossi
Inicio: 21h20min, dia 19/09/2020 – Auditório Central.

Boa noite,
É um prazer retornar ao Brasil, para ser mais exato no Centro Universitário Adventista em Engenheiro Coelho, lugar de minha formação há cinco anos. É muito gratificante voltar às origens como palestrante, e não mais como aluno.
Trabalho há quatro anos para a empresa Chinesa Broad, somos especializados em construção pré-fabricada e sustentável. Nosso foco é o planejamento, em media gastamos 75% do tempo de execução de obra em escritório, fazendo o desenvolvimento de projetos, teste em maquetes, simulações feita por computados e cronograma, todo o andamento da obra é cronometrado, isso devido ao grande número de equipes envolvidas, a coordenação é fundamental, permitindo finalizar edifícios e casas em tempo recorde e evitando qualquer acidente.
Vamos ao que realmente interessa...
O aumento da concorrência e a evolução tecnológica pressionam as empresas para que reavaliem seus métodos e sistemas de produção em busca de produtividade e competitividade.
A lean construction, também conhecida como construção enxuta, direciona suas ações para "enxugar" a obra de todas as atividades que não geram valor, resultando em desperdício de recursos. A proposta é reduzir custos sem necessidade de investimentos, somente através de uma melhor organização do processo, eliminando reservas de mão-de-obra ociosa e otimizando cada recurso disponível. Por exemplo, uma melhor alocação (colocar no lugar certo) de mão-de-obra pode trazer grandes vantagens de custo, já que, em boa parte das obras, não se conhece com exatidão a capacidade de produção de um serviço em determinado período de tempo, gerando alto grau de incerteza que leva à contratação de um estoque de mão-de-obra. Desperdício puro, pois é criada uma reserva de homens na obra para garantir a execução de um trabalho dentro do prazo.
As decisões estratégicas de uma empresa não devem se sustentar em vender e lucrar, mas em adotar procedimentos capazes de agregar valor à empresa, garantindo desempenho no futuro e a qualidade. Assim, a competitividade está no núcleo das empresas, dependendo mais de suas ações estratégicas do que da postura empresarial na arena de competição. O planejamento estratégico deve procurar meios e táticas para manter a empresa capaz de sustentar ou expandir sua participação no mercado.
Resumindo, temos que estabilizar e garantir o fluxo de trabalho contínuo, ganhando velocidade para obter como resultado o desenvolvimento e o término da obra dentro das projeções de prazo e custo.
Para isso, o planejamento é essencial. Porém, ele nem sempre é feito de maneira coerente e realista, procurando atingir um nível de perfeição que acaba por torná-lo estático e inflexível. Um pouco mais de cuidado com os detalhes nunca é prejudicial, só que o tiro pode sair pela culatra se a dose for exagerada. O excesso de detalhes no planejamento torna mais rápida sua desatualização, dificultando a integração entre os diversos níveis da obra e aumentando a ocorrência de erros na programação dos recursos. Além disso, muitas das dificuldades surgem pelo enorme abismo existente entre quem planeja e o operário que executa o serviço, criando margem para distorções e perda de eficiência.
As principais sugestões é evitar polarização entre os setores de planejamento e produção, privilegiando o trabalho em equipe, realizado de forma coordenada. Esse vinculo mostra com clareza os pontos vulneráveis da empresa, com isso conseguimos o maior numero de informações consistentes para as tomadas de decisões, adiantando eventuais dificuldades e possibilitando a adoção de mecanismos de defesa. Assim, com um planejamento mais executável e dinâmico, seu gerenciamento consiste em equilibrar e manejar o cotidiano do plano, ajustando os recursos para assegurar o fluxo da obra e cuidando para que o ambiente seja favorável ao cumprimento das metas.
Com o avanço da comunicação via Internet, da realidade virtual e modelos visuais em 3D, as construtoras podem optar por ferramentas de informática que ultrapassam o uso tradicional da tecnologia de informação, impulsionando a implantação de sistemas de planejamento e gestão integrados. Até agora, as empresas vêm investindo em informatização da contabilidade, geração de contatos e marketing na Internet, tanto no Brasil quanto no Reino Unido, caminhando em direção oposta a aqui abordada.
Mas nem mesmo as novidades tecnológicas podem escapar de um controle estratégico direcionado para a produtividade. A invenção nem sempre é a melhor solução para uma determinada empresa. A adoção de novos procedimentos e técnicas deve considerar tecnologia, pessoas e a cultura da empresa em uma visão de conjunto. Tudo tem que ser analisado e planejado sob a perspectiva do valor criado para o consumidor final e para o fluxo de produção. Assim, a utilização de uma inovação somente é vantajosa quando esta entra em harmonia com o produto e outros sistemas da obra, levando a desempenho e qualidade superiores sem aumentar o dispêndio de recursos.
O planejamento começa a ganhar terreno na construção civil, como uma forma de alcançar melhores índices de produtividade, que afetem significativamente a competitividade da empresa. A ociosidade e o desperdício são os vícios de um modelo de produção que precisa ser adaptado à nova realidade do mercado. Vícios que precisam ser eliminados sob pena de inviabilizarem o negócio de muitas construtoras. São apenas as primeiras conclusões de conceito empresarial que ainda vai render muitas boas ideias.

- Embora essa palestra não seja longa devido ao nosso curto espaço de tempo, gostaria de aproveitar esses últimos minutos e me dedicar a respostas de perguntas. Fiquem a vontade!

- Quais as dificuldade em implanta métodos construtivos como os da Broad aqui no Brasil?
- Em obras particulares acredito que seja apenas uma questão de falta de profissionais e  um vicio. 

- E quanto às obras publicas? Vemos com frequência obras paradas, será que com esses métodos ou um melhor planejamento não resolveria esse problema?
- Novamente digo que é uma questão e falta de profissionais e também desinteresse politico. Principalmente em ano e eleições, o candidato interessado em reeleição inaugura dezenas e obras, assim a população fica satisfeita o candidato se mantem no poder e a obra para, deixa p o próximo acabar, e nesse com esses novos métodos e projeto chega a ter anos de planejamento para apenas depois ser iniciado a montagem. 

- Onde posso saber mais sobre o Assunto?
- Para todos que querem saber mais acesse o meu site www. Alicercedosaber.com.br uma evolução do antigo blog Alicerceparaosaber.blogspot.com, lá você encontra material de pesquisa e estudo além de cursos gratuitos.
Espero que tenha sido gratificante, agradeço a todos pela atenção.


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